Casais empreendem juntos em quatro marcas distintas e provam que é possível conciliar o negócio próprio e o relacionamento amoroso
Jovens ou maduros, eles enfrentam as dificuldades juntos e dizem que operar a franquia com sucesso envolve divisão de tarefas e respeito à opinião do outro na tomada de decisão
Será que empreender com o (a) companheiro (a) é uma boa opção? Trabalhar lado a lado, o dia todo, e ainda ir para casa juntos, no caso daqueles que moram sob o mesmo teto, pode ser desgastante para alguns casais – mas, ao contrário, um motivador para outros. “Para mim, é uma sorte trabalhar com meu marido. Abrir a franquia foi a decisão mais acertada da nossa vida!”, diz Jackeline Felippe Franco, 35 anos, franqueada de uma loja Dr. Shape de Taubaté, no interior de São Paulo, há um ano.
Ela (foto) conta que, inclusive, já conheceu o sócio e marido Bruno Vieira Cursino Franco (foto), 33 anos, no ambiente de trabalho, em 2012. “Eu era estagiária numa agência de Marketing e me apaixonei pelo Bruno no instante em que ele começou a trabalhar lá. Namoramos, terminamos, voltamos e, em 2018, nos casamos”, lembra.
Em 2019, eles conheceram a Dr. Shape em uma feira de franquias e aí foi a vez de se apaixonarem pelo negócio. “Eu já conhecia uma das lojas e tinha boas referências dela, como cliente. Mas, não entendia de suplementação. A franqueadora, então, foi fundamental nesse aprendizado”, afirma Bruno.
O casal acredita que trabalhar juntos dá certo porque cada um tem atividades definidas no negócio e, juntos, conseguem direcioná-lo ao objetivo comum: o crescimento. “Queremos ter mais de uma unidade franqueada, então, somos focados. Temos horário certo para abrir e fechar a loja, realizamos todas as atividades com empenho, participamos dos treinamentos oferecidos pela franqueadora, investimos tempo no relacionamento com o cliente e estudamos melhores formas de gerir o negócio”, diz a franqueada. O sócio completa: “Eu não invado o espaço de minha sócia e ela não atua no meu, então, nós nos respeitamos como profissionais, ouvindo a opinião um do outro e chegando às decisões juntos”.
Nem sempre, o casal tem perfil para ser franqueados juntos
Para Thaís Kurita, advogada especializada no relacionamento entre franqueadores e franqueados, quando uma franqueadora faz o processo de seleção dos franqueados, precisa estar atenta aos dois perfis de franqueados, quando é um casal que fará a gestão da unidade franqueada. “Presenciamos muitos casos em que um dos franqueados tem um perfil ótimo, mas o sócio é inadequado para o negócio. Então, o franqueador deve ser firme, aprovando apenas o empreendedor que tem condições de operar o negócio, porque o outro pode colocar o investimento em risco”, alerta.
Thaís lembra que, por mais que muitos casais desejem empreender juntos, é importante que tenham total sintonia entre si. “Imagine um casal que passe o dia brigando. Como ele conseguirá fazer de uma franquia um sucesso? É preciso bom senso e uma avaliação fria da situação, porque há dinheiro em jogo. Em muitos casos, é melhor que um opere a franquia e o outro volte ao mercado de trabalho ou que cada um abra uma franquia diferente, sem trabalharem juntos”, orienta.
Quando existe, porém, uma boa sintonia entre o casal e grande aptidão para trabalharem juntos, apontada pela seleção realizada profissionalmente pela franqueadora, o sucesso está muito mais perto do que se imagina. Conheça outros casos de grande sucesso:
IP School – Inglês Particular – Há cinco anos, Soraya Moya de Andrade, formada em Administração de Empresas, foi convidada para ajudar na administração da então pequena IP School – Inglês Particular. Eram duas escolas, na época, e em meio período ela dava conta do recado: fazia o trabalho e ainda conciliava outra atividade profissional. A marca foi crescendo e, em alguns meses, ela passou a dedicar-se integralmente à rede. “Eu gerenciava as escolas e dava um suporte à franqueadora, então, fui aprendendo muito sobre gestão”, lembra.
Pouco tempo depois, ela conheceu Marcelo Soares Gregório, que se tornaria o franqueado da unidade Tatuapé. “O Marcelo procurava uma sócia para a escola e os franqueadores, Rauel Araruna e Márcio Cafezeiro, me perguntaram se eu não gostaria de investir na marca. Como me dava bem com o Marcelo, achei uma boa proposta e me tornei franqueada”, lembra. A afinidade tornou-se amor e os sócios viraram um casal. “Pois é, nós nos casamos em 2018!”, ela conta, rindo.
Atualmente, além de ser franqueada e tocar uma das maiores e mais bem-sucedidas escolas da rede – que hoje já tem doze unidades – , Soraya continua prestando serviços na franqueadora. O momento atual da franqueada é de aprendizado. “A pandemia nos trouxe reflexões e ações: estamos vivenciando de perto a experiência do ensino online e vimos que ele é possível de ser realizado com qualidade. A adaptação de alunos e professores fez-se necessária e, passado esse período, é hora de crescermos em matrículas novamente, afinal, temos de continuar, apesar do momento difícil para todos”, pondera. O futuro da franqueada pode incluir uma nova escola. “Temos esse plano para o próximo ano”, pondera.
Sobre trabalhar com a esposa, Marcelo diz que a divisão de atividades é fundamental para que cada um tenha seu espaço. “Eu sou totalmente voltado ao lado pedagógico, enquanto ela é administradora. Nós nos complementamos e esse time é para vencer”, brinca.
MicroPro Desenvolvimento Profissional e Comportamental – O casal empreendedor Verônica Nunes e Adevaldo Ferreira de Alencar lidera a MicroPro Desenvolvimento Profissional e Comportamental de Itapetininga, cidade do interior de São Paulo. Gerando 13 empregos diretos, são responsáveis por qualificar quase 500 alunos, sentindo-se felizes ao saber que essas pessoas terão a oportunidade, a partir dos cursos oferecidos pela MicroPro, de conquistar uma vida muito mais digna e próspera. “Da mesma forma que aconteceu comigo”, diz Verônica.
A história de Verônica é comovente. Nascida em Brasília e criada em Porto Velho, Rondônia, pelo pai, que tinha mais oito filhos, ela se recorda da situação de alta vulnerabilidade social que a família enfrentou. “Meu pai, pedreiro, analfabeto, fazendo o papel de pai e mãe ao mesmo tempo, não mediu esforços para educar os nove filhos com dignidade e, hoje, todos são pessoas de bem, trabalhadoras e honestas. É para honrar a memória dele, todos os dias, que eu trabalho com afinco”, diz.
Verônica veio para o estado de São Paulo e trabalhou em vários comércios, até que conheceu a MicroPro Desenvolvimento Profissional e Comportamental e se tornou funcionária de uma escola. Mas, tinha o sonho de empreender e se tornar franqueada.
Aqui, Verônica abre parênteses para falar da importância da família em sua vida empreendedora. “Não tenho palavras para dizer o que meu marido significou nesta etapa de minha vida. Sem o apoio dele, jamais eu teria dado o passo necessário para me tornar franqueada. Nós nos mudamos de cidade e não foi fácil, a adaptação foi necessária para toda a família. Sem o apoio e o amor que sentimos, nada seria possível”, diz. Eles contam que pensaram em algumas coisas, mas realmente queriam ser franqueados MicroPro. “O problema é que eu não tinha o dinheiro necessário para investir. Então, eu pensei: ‘só tenho uma bala e não posso errar’. O Fábio Affonso me ouviu e me orientou demais, me colocou pra cima! Ele acreditou mais em mim do que eu. Quando eu vi, eu já estava dentro do negócio”, lembra.
O casal não se desgruda. Apesar de ter funções distintas na administração da unidade franqueada, vive assim, coladinho, como na foto. “É muito amor”, brinca o marido.
Pinta Mundi Tintas – Luana e Gustavo Rocha, dois jovens empreendedores, de 26 e 28 anos, respectivamente, decidiram abrir uma franquia da Pinta Mundi Tintas em Sumaré (SP) em 2020, quando o ramo em que atuavam, o de eventos, literalmente parou por causa da pandemia. “Ambos trabalhávamos na empresa de minha família e os eventos simplesmente foram cancelados. Foi então que decidimos conhecer algumas franquias, em segmentos diferentes. Chegamos a ter reuniões com marcas de roupas e cosméticos, mas não nos identificamos. Ao conhecer a PINTA MUNDI TINTAS, sentimos que o negócio tinha muito a nos oferecer”, comenta Luana.
Em operação há um ano, eles estão bem felizes com o negócio – e com o fato de poderem continuar trabalhando juntos. “Faz muito tempo que atuamos profissionalmente juntos e abrir a franquia foi a opção de isso continuar assim. Temos flexibilidade de horário e conseguimos administrar bem as atividades, que podem ser divididas entre os dois”, diz Gustavo.
Apesar de parecer uma atividade masculina – uma loja de tintas, Luana diz que o atendimento ao cliente tem muita relação com o que já fazia, porque atenção às pessoas é algo que não muda. “Carinho com o cliente independe do ramo em que você atua. Além disso, o mercado de tintas tem tudo a ver com decoração, assim como o de eventos. Há bastante sinergia entre eles”, revela.
O casal diz estar cada vez mais juntinho e preparado para, em breve, ampliar o número de lojas. “Já temos a intenção de ter mais uma franquia, em breve”, finalizam.