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Mané, rede de boteco, prevê faturamento de R$ 21,6 milhões para 2022

Com 12 unidades em funcionamento, a rede projeta em até três anos abrir 80 unidades no país, inclusive em território internacional

Apaixonado por bares e pela vida vivenciada nos botequins, Daniel Bittencourt, de 38 anos, ex-personal trainer e atual sócio-diretor do Mané, viu a oportunidade de abrir sua própria marca quando as portas lhe foram fechadas – ou quase. Na época, o empreendedor e multifranqueado, formava sociedade com dois amigos, Arianne Bastos, ex-funcionária pública, e Eduardo Oliveira, empresário, em uma rede de bares concorrentes. Quando estavam rumo à quinta aquisição da operação, com o ponto em negociação, os donos informaram que estavam reestruturando o negócio e que o trio já tinha muitos pontos, negando que adquirissem um novo. 

Juntos e compartilhando a mesma paixão há cerca de cinco anos, os sócios continuaram apostando na ideia de Daniel, sendo necessário um investimento de R$350 mil para o projeto se tornar realidade. “Estávamos confiantes do sucesso do ponto em Ipanema, sabíamos a fórmula para entregar algo único, novo e lucrativo. Não bastaria o boteco ser bom, ele teria que ser um boteco f*#@” comenta Daniel sinalizando o slogan da marca. “São poucos os que têm coragem de abrir franquia de boteco, porque geralmente é comum que um dono de boteco seja comerciante, não empresário. Nós não tivemos receio de transformar o boteco que geralmente é de bairro, em uma rede, replicando a gastronomia de maneira fiel para todos.” complementa. 

Foi então que em agosto de 2019 surgiu o Mané, rede criada para proporcionar aos clientes experiências gastronômicas únicas por meio de um ambiente despojado,  gourmet e sofisticado, mas sem perder a cultura raíz de boteco. Do cardápio até a ambientação, tudo foi personalizado e criado para a marca, para isso, contaram com o apoio do renomado Chef Dudu Mesquita e um dos mais premiados Mixologistas do Brasil, Anderson Santos, que entregaram um cardápio com mais de 40 opções de pratos, petiscos e drinques. 

E para que tenha sempre novidades, a marca ainda realiza atualização trimestral do cardápio. Da batata-frita às ostras, entre os pratos mais famosos estão os quitutes, como pipoca de porco, ceviche de peixe branco, camarão com creme de queijo e batata com queijo raclette. No caso dos drinques, são mais de cinco variedades e, além das caipirinhas, contam com uma linha de cerveja própria da marca, comercializada exclusivamente nas unidades. 

Mesmo que o boteco seja “metido a chique” como os próprios sócios comentam, existe a necessidade de manter os fregueses e colaboradores mais próximos e confortáveis, não exigindo que seus funcionários vistam uniformes. “Mané é um lugar que abraça, você pode ir de chinelo ou mocassim, de bermuda ou de calça. O importante é que os clientes sejam bem atendidos.” comenta Daniel. 

Três mosqueteiros contra correnteza

Apesar dos impactos ocasionados pela pandemia que levou a paralisação dos bares em funcionamento, a marca olhou para o momento difícil também como uma oportunidade, já que, com os comércios fechando, poderiam adquirir novos pontos equipados para troca de bandeiras por meio de franqueados, economizando nos custos de instalação e infraestrutura. O resultado é que, nos mesmos moldes, o gasto médio sai na faixa de R$ 200 mil a R$ 300 mil, bem menos que o investimento total das casas, que varia entre R$ 450 mil a R$ 500 mil. 

Hoje, as expectativas são positivas para a empresa, visto que a flexibilização gradual possibilitará a abertura de novas unidades, onde 10 já estão em implantação, inclusive nas cidades do entorno do Rio de Janeiro, como Búzios, Cabo Frio e Volta Redonda, totalizando 22 bares e quiosques até o final de dezembro. Segundo o sócio-diretor, a curto prazo, o Mané pretende chegar a outros estados, como Recife e Olinda (PE), Vitória (ES) e Campina Grande (PB), além da previsão de estrear na cidade de São Paulo, competindo com os demais comércios instalados em regiões nobres. 

Mirando alto

Ainda em junho deste ano, o Mané teve 50% da sua operação adquirida pelos empresários Leandro Souza, Bruno Gorodicht e Rômulo Gonçalves, que também detém a rede Espetto Carioca e Bendito por meio do Grupo Impettus. Com a vinda dos novos parceiros e o movimento estratégico feito pelos sócios para avançar nos demais estados do país, a médio prazo o plano de expansão é ainda mais agressivo: 80 unidades em até três anos, mirando também o território internacional.Em 2021, a rede quer dobrar seu faturamento, totalizando R$ 21,6 milhões. Com investimento a partir de R$ 151 mil, o Mané conta com três modelos de negócios, os botecos de 70m² e 150m² e o Manezin de 50m²,  loja de conveniência que surgiu pela alta demanda de lojas pequenas em polos gastronômicos.