/* */
Franqueador

Me tornei franqueador, e agora?

Especialista em formatação de franquias explica os passos para garantir o sucesso contínuo de uma franqueadora

Franqueador

O segmento de franquias chama a atenção de quem empreende, por ser uma possibilidade de crescimento rápido, estruturado e organizado. Além disso, muito se fala sobre as vantagens, benefícios, cuidados e investimentos, mas e quando já se tem um negócio de sucesso e o desejo é se tornar um franqueador?

Franquear um negócio pode ser uma ótima estratégia para expandir a marca, aumentar o alcance e a lucratividade. No entanto, após esse processo, é importante tomar algumas medidas para garantir o sucesso contínuo do negócio.

De acordo com Fernando Galiteri, sócio da Praxis Business, consultoria especializada em Franchising, Varejo e outros Canais de Venda, o franqueador precisará avaliar a concorrência e o tamanho do mercado, o potencial de consumo do produto ou serviço oferecido e a possibilidade de faturamento.  

“O franqueador precisará de uma infraestrutura para dar suporte ao franqueado, que precisa lucrar com a operação, tem que ser uma relação ganha-ganha,” explica.

Acompanhe abaixo algumas dicas importantes listadas por Galiteri sobre o que fazer após franquear um negócio.

Estrutura necessária para uma franqueadora 

Antes, ou em paralelo à montagem da estrutura, é preciso cuidar da parte jurídica. Toda franqueadora precisa ter a COF (Circular de Oferta de Franquia), que é apresentada ao candidato a franqueado 10 dias antes da assinatura do contrato de franquia, como determina a Lei de Franquias.

Voltando à estrutura, Galiteri explica que entre as primeiras etapas, pode-se começar pela área de expansão, com uma pessoa dedicada a trazer candidatos a franqueados para a rede, porque nada vai acontecer se não houver franqueados. Então é necessário um marketing para atuar com essa expansão, entender qual é o perfil de franqueado buscado, quem é essa persona, para anunciar a oportunidade e atrair candidatos.

Atraiu candidatos? É fundamental ter uma estrutura interna para atender essas pessoas e entrevistá-las. Então, é necessário desenvolver roteiros de entrevistas para conseguir selecionar os candidatos com o perfil desejado. Depois desses passos de atendimento e o contrato assinado, é hora de implementar a franquia. Existe um projeto arquitetônico? Já tem um arquiteto que vai atender em escala? É essencial ter parceiros de fornecimento de produtos homologados. E veja só, neste momento a franquia ainda nem abriu e já conta com tudo isso.

Capacitar o franqueado

O franqueador já tem um modelo de negócios desenhado, e é o franqueado quem executa esse modelo com sucesso. Para transferir o know-how do franqueador para o franqueado é preciso capacitar esse empreendedor que acabou de entrar na rede, conscientizá-lo sobre a empresa na qual ele está ingressando, sua missão e valores, capacitá-lo em relação ao comercial, marketing, finanças, tudo o que ele vai executar na unidade dele. Por isso, tenha um bom plano de capacitação para esse franqueado. Essa trilha de desenvolvimento é bem importante para o crescimento saudável e sustentável da rede de franquias.

Crescendo de forma sustentável

Já com a unidade aberta, o franqueado terá dúvidas sobre a operação, questionamentos sobre tudo o que viu na capacitação. Será necessário, então, ter uma área de suporte para atender esse franqueado, respondendo às dúvidas dele.

Esse suporte pode ser dado por uma consultoria de campo ou um sistema de atendimento ao franqueado para dúvidas mais operacionais e rápidas. Importante ter em mente que o franqueado sempre terá dúvidas, só que elas vão mudando com a maturidade dele em relação ao negócio. O franqueador, por sua vez, precisa estar pronto para sanar essas dúvidas. Com o tempo vão surgir questionamentos sobre como alavancar o faturamento e perguntas sobre gestão de pessoas – como fazer contratação e como lidar com o turnover, por exemplo. A capacitação é algo que precisa ser constante.

Primeiro ano de vida da franqueadora

Com um ano de existência, a rede de franquias já deve ter algumas unidades abertas. Assim, será preciso ter a área de expansão, de implementação, de suporte e a consultoria de campo, além do apoio de marketing que orienta ações dessa área e da capacitação. Se a franqueadora trabalhar todos esses aspectos, oferecerá um bom apoio ao franqueado. Além disso, ela pode escolher ter um atendimento mais passivo ou ativo, variando a frequência de interações com os franqueados. Se é um negócio mais complexo, precisa dar mais suporte.

Para se tornar uma franqueadora de excelência

Existe uma lista de melhores práticas da franqueadora que pode orientar nas áreas de expansão, implantação, consultoria de campo, marketing etc. Quando a rede já está mais estruturada, na consultoria de campo, por exemplo, o suporte não é igual para todos os franqueados, porque cada um terá necessidades diferentes, de acordo com o tempo que a franquia está aberta. Nesses casos, costuma-se fazer uma segmentação da rede, para dar o atendimento direcionado.

É o momento de olhar se precisa de consultores mais genéricos ou especialistas, em gestão de finanças, técnicos, consultores pedagógicos para redes do setor de educação, por exemplo. Para cada negócio se faz uma segmentação.

E a grande cereja do bolo, para uma rede bem-sucedida, é o Programa de Excelência, porque ele propicia o engajamento dos franqueados em relação aos drivers da franqueadora, estabelecidos por meio de indicadores. Os franqueados, participando desse programa, participam da estratégia, levando uma cultura de resultados para toda a rede. O Programa de Excelência motiva, cria clima de competição e cooperação.

“Em resumo, após franquear um negócio, é importante investir na capacitação dos franqueados, fornecer suporte contínuo, manter a qualidade do produto ou serviço, estabelecer metas e métricas claras e considerar a expansão da rede. Com essas medidas, é possível garantir o sucesso contínuo da franquia e aproveitar os benefícios da expansão da marca”, afirma Galiteri.